O Focus acaba de receber nova grade, nos moldes da que equipa seus irmãos, Ka, Fiesta, EcoSport e Fusion. Além disso, traz mais equipamentos e pode até frear sozinho na iminência de acidentes. O Sentra manteve o visual, mas também traz mais itens de série, além de uma nova versão, Unique, de topo da linha.
Neste comparativo, as opções mais caras do Ford (R$ 96.900) e do Nissan (R$ 87.490) medem forças com o líder Toyota Corolla, na versão Altis, que rompe a barreira dos R$ 100 mil - sua tabela é de R$ 100.900.
O Focus provou que tem muito potencial para vender mais. O Corolla, por sua vez, mostrou por que é campeão. Já o Sentra deixou claro que traz muitas qualidades, mas também vários pontos a melhorar.
Capricho no interior
O Focus sempre vendeu bem entre os hatches. Aliás, lidera um segmento que inclui modelos como o Volkswagen Golf. Os emplacamentos são de cerca de 1.200 unidades por mês. Do sedã, a Ford vende a metade disso. Por isso, ocupa apenas a sexta posição em sua categoria.
Para tentar reverter essa situação, a marca acaba de renovar o modelo. Finalmente, o Focus recebeu a ampla grade que já vinha no Fiesta, Ka, EcoSport e Fusion.
A segunda providência foi rechear o sedã com itens normalmente vistos em carros mais caros. Como faróis de xenônio, sistemas de estacionamento e frenagem automáticos, etc.
Por fim, a Ford reclassificou o modelo como um fastback, em vez de sedã. Não, a carroceria não mudou e o Focus continua a ter o terceiro volume.
A classificação é por causa da traseira curta e da queda suave do teto.
Coisas do marketing
Avaliado na versão de topo, Titanium Plus, o modelo traz até bancos de couro com ajustes elétricos. Como no Sentra, a partida é por botão. Há sistema multimídia Sync, por comando de voz, para várias funções. A tela de 8" é ampla.
Como nas linhas anteriores, a dirigibilidade é um dos pontos altos do Focus. O motor 2.0 flexível tem injeção direta (primazia da categoria) e é, de longe, o mais avançado e potente do segmento: são 178 cv. O bom torque de 22,5 mkgf também está entre os melhores.
Na prática, o sedã responde muito bem ao acelerador, mesmo com o motor em baixas rotações. A suspensão, independente nas quatro rodas, é firme e deixa o carro bem estável, sem ser desconfortável.
A direção elétrica tem boa calibração e o volante traz vários comandos, entre os quais limitador/controlador de velocidade e aletas para troca de marchas. Antes as mudanças manuais eram feitas por meio de um botão na alavanca. A transmissão, automatizada de dupla embreagem, agrada.
Entre os pontos negativos estão o espaço no banco traseiro e porta-malas e o computador de bordo, que informa consumo no padrão americano (litros por 100 km). Mas, apesar dos pesares, o Ford traz tantas coisas boas que essas falhas não chegam a ofuscar seu brilho.