A customização é comum entre as montadoras de veículos; a maioria tem um departamento especializado em deixar um carro já existente ao gosto do freguês - principalmente na aparência. No setor de tecnologia, essa prática também existe.
A alemã Bosch conta com uma divisão especializada em customizar seus sistemas.
Batizada de Bosch Engineering Group (Grupo de Engenharia da Bosch), ou BEG, ela tem como clientes empresas que atuam em nichos, como fabricantes de barcos, aviões, equipes de competição e até algumas montadoras. O objetivo é adaptar uma tecnologia às necessidades do parceiro.
Entre os destaques está uma tecnologia para trens e bondes típicos dos centros urbanos europeus. Para eles, foi adaptado um sistema para detectar pedestres, ajudando a evitar atropelamentos. Essa tecnologia já era utilizada em automóveis.
No mundo dos automóveis, a BEG customizou o controle de tração do mais recente Pagani, o Huayra. Outro exemplo de adaptação do programa eletrônico de estabilidade às necessidades do veículo foi a realizada para os exclusivíssimos triciclos da marca canadense Cam-an.
A BEG desenvolve também sistemas customizados para diversas categorias do automobilismo. Entre elas está a Fórmula 1, na qual a subsidiária atua no desenvolvimento de sistemas de injeção para os motores V6. A parceria é com duas fornecedoras de motor, mas os detalhes deste acordo são sigilosos.
No Mundial de Endurance, a cliente é a Audi. A parceria resultou em grandes melhorias na pressão do sistema de injeção do propulsor a diesel.
A divisão de customização também atua no Brasil, com escritórios em Campinas (SP), local da sede da Bosch no País, e Curitiba. Entre as parcerias de destaque está a com a Fórmula Truck. Para a competição de caminhões, a BEG customizou um injetor de maior vazão. Essa tecnologia hoje também é usada nos Estados Unidos, em uma categoria semelhante.
