O corpo do policial militar Odair Dakil Muniz, de 40 anos, foi sepultado ontem, às 16 horas, no cemitério São Sebastião, no bairro Sitio São José, em Suzano, debaixo de muita chuva e na presença dos colegas de profissão - entre eles os comandantes Mauro Lopes e José Luiz de Souza, do Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA/M-12) e do 32º Batalhão de Suzano, respectivamente.
Muniz levou um tiro no pescoço no dia 26, momento depois de parar o carro em frente a uma loja de autopeças, localizada na avenida Francisco Marengo, no Jardim Dona Benta. Levado inconsciente ao Pronto-socorro (PS) do Hospital Santa Marcelina, ele teve morte cerebral na segunda-feira e alguns órgão foram doados. Muniz pertencia a 4ª Companhia do 32º Batalhão.
Informações passadas à reportagem apontaram, a princípio, que o atentado contra o PM ocorreu porque um dos autores precisava matar um policial para ser aceito no Primeiro Comando da Capital (PCC), organização que age dentro dos presídios do Estado.
Em entrevista à reportagem, o comandante Mauro Lopes não havia confirmado essa informação. Porém, logo após o sepultamento de Muniz, o comandante Souza revelou que o único homem preso até agora, José Bruno Augusto Mendes, 21, deu outra versão do caso. "Ele falou que foi cooptado por outro indivíduo, que havia acabado de sair no indulto de Natal, e que o objetivo principal era roubar o veículo do proprietário da loja de autopeças, onde o policial militar comprava uma peça para o carro dele, mas só a investigação é que poderá determinar o que ocorreu de fato".
Por sua vez, o comandante Mauro Lopes explicou que a possível identidade do sujeito que atirou no PM e que fugiu logo depois, já é conhecida, porém essa informação ainda é mantida em sigilo. "É um sujeito que saiu durante o indulto de Natal, mas não falaremos qualquer nome agora para não atrapalhar as investigações", declarou.
Vocação
Logo após o funeral de Muniz, o comandante de Suzano falou à reportagem um pouco sobre a personalidade da vítima. "Ele era um soldado que já tinha dez ano de Polícia e estava há dois trabalhando conosco. Sempre atuou na atividade operacional e era um soldado vocacionado para a atividade policial, comprometido com a causa pública e, sem dúvida, é uma perda muito grande para todos nós do Batalhão".