O estoquista de 22 anos, apontado como o motorista do Monza que atropelou e matou Lucas Andrade da Silva, de 1 ano, no último dia 30, na avenida Doutor Francisco Soares Marialva, no distrito de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, apresentou-se ontem à Polícia Civil. Segundo a reportagem apurou, ele foi ouvido no 4º Distrito Policial (DP) de Jundiapeba, em inquérito conduzido pelo delegado César Donizeti Benedicto, titular da unidade.
O acusado contou que, no dia, estava em um condomínio nas proximidades, visitando um amigo, 24. No imóvel, estavam ainda outro homem, que também reside no local, e a sobrinha do amigo dele e do morador, uma menina de 8 anos. Em determinado momento, este outro homem teria dito que precisava ir até a estação de trem e, como o estoquista lhe disse que sabia dirigir, lhe foi confiada a direção do Monza no trajeto de volta. O acusado, no entanto, admitiu à polícia que não é habilitado e que não tinha o hábito de dirigir.
Após o homem ficar na estação, o estoquista assumiu a direção do veículo e retornou para o condomínio com o amigo no banco do passageiro e a sobrinha dele atrás. Porém, ao virar uma rua e entrar na avenida Doutor Francisco Soares Marialva, assustou-se com um Gol vermelho que vinha na contramão e, para não bater de frente, desviou, perdendo o controle do carro e colidindo entre o portão e o muro do condomínio "Minha Casa Minha Vida" Jundiapeba III. Ele garantiu aos policiais não ter visto a criança e, só depois da batida, ouviu moradores o avisarem do fato. Então, ele e o amigo desceram e tentaram tirar o automóvel do local, empurrando-o, para prestarem socorro à vítima. Foi quando começaram as agressões e ele foi retirado por uma pessoa do local, que o abrigou até que ele pudesse sair em segurança, muitas horas depois.
O estoquista também disse que só posteriormente é que soube que o amigo havia sido espancado e ficara internado no hospital devido aos ferimentos sofridos após o acidente. A menina, que estava no banco de trás, também ficou ferida com o impacto da batida e precisou ser socorrida e levada também para o Pronto Socorro.
Ao final do depoimento, ele foi liberado, conforme manda a Lei, mas responderá pela acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar) na Justiça. O depoimento foi anexado ao inquérito policial do caso.