Na manhã de ontem, a Polícia Federal apreendeu em um galpão no distrito de César de Souza, em Mogi, 300 mil para-brisas laminados de veículos automotores, irregulares, que eram posteriormente comercializados e distribuídos para vários lugares do Brasil. Sete pessoas envolvidas prestaram depoimento à polícia e foram liberadas, após serem indiciadas pelos crimes de descaminho e associação criminosa. Elas ainda poderão responder por contrabando.
Os policiais federais estiveram na cidade em cumprimento à "Operação 300", como foi batizada a ação de combate à importação fraudulenta de itens automotivos, que gera prejuízos bilionários às indústrias de autopeças brasileiras. Segundo a Polícia Federal, a Operação 300, intitulada em referência aos guerreiros spartanos (que simbolizam os esforços contra a criminalidade), foi deflagrada em cidades de diversos Estados. Em Mogi, a corporação encontrou para-brisas vindos da China, que entravam no território nacional pelo porto de Santos e seguiam para o entreposto da Receita Federal, em Guarulhos. Lá era feito o procedimento de desembaraço alfandegário e a polícia descobriu que os preços das notas fiscais eram subfaturados, ou seja, ficavam abaixo do valor real de mercado, o que configura concorrência desleal. Após os trâmites de praxe, os materiais eram enviados para o galpão em Mogi, que não pertencia à empresa importadora e era diferente daquela indicada nos documentos de importação. Depois iam para outros seis galpões, também clandestinos, para posterior distribuição pelo País. Os policiais dizem que os para-brisas não atendiam aos requisitos de segurança exigidos pelo órgão regulamentador do setor, o que pode causar sérios riscos à segurança das pessoas. Ainda na manhã de ontem, a PF afirmou ter cumprido 14 mandados de busca e apreensão em cinco galpões e sete mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a acompanhar os policiais para ser ouvida, sob pena de incorrer no crime de desobediência). (C.I.)