Dentro da proposta de trabalhar com os mais diversos públicos em seu programa de treinamento artístico, a Oficina dos Menestréis apresenta, desde ontem, às 21 horas, o espetáculo "Aldeia dos Ventos - Mix", de Oswaldo Montenegro, formado por 22 alunos entre cadeirantes e deficientes visuais.
A temporada de apresentações de "Aldeia dos Ventos - Mix" terá sessões hoje e nos dias 8, 9, 15 e 16 de agosto, sempre aos sábados, às 21 horas, e aos domingos, às 20 horas.
A programação ainda inclui o espetáculo "UP 6"com elenco composto por 38 jovens com Síndrome de Down. As apresentações acontecem no teatro Dias Gomes, localizado na rua Domingos de Moraes, 348, Vila Mariana, em São Paulo. O valor dos ingressos é de R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia-entrada) e R$ 25 (promocional). Os bilhetes promocionais podem ser adquiridos mediante a apresentação da carteirinha da Oficina dos Menestréis, que pode ser impressa pelo site www.oficinadosmenestreis.com.br .
O musical de Oswaldo Montenegro é uma fábula que trata do conflito entre a lógica e a mágica. O rei de um país morre. A princesa Desirée, entristecida, sai em busca do Reino dos Mortos para encontrar seu amado rei. Durante a jornada, ela encontra um carroceiro e pede para que ele a acompanhe nessa busca.
Leve e bem-humorado, o musical retrata a típica relação, cordial e sem paixão, em confronto com as possibilidades arriscadas e fascinantes que o "novo" oferece. O elenco é formado por alunos do Projeto Mix Menestréis (cadeirantes e deficientes visuais), que participaram do curso de teatro musical beneficente e inclusivo da Oficina dos Menestreis, além de convidados especiais. O diretor Deto Montenegro explica como as diferenças se somam em cena: "os cegos são as pernas dos cadeirantes, e esses a visão dos cegos".
A ideia de trabalhar com inclusão surgiu quando Deto encontrou, em Brasília onde fazia um projeto na Universidade Dulcina de Morais, uma amiga em reabilitação no Hospital Sara Kubitschek, após ficar paraplégica. Foi então que começou esse grande desafio para o diretor: adaptar o treinamento para um grupo de deficientes físicos. Ao longo dos anos, essa iniciativa tornou-se referência de superação e inclusão por meio arte, pelo ineditismo de desenvolver teatro musical com deficientes. Após um ano de curso experimental e beneficente, o grupo estreou o musical "Noturno", de Oswaldo Montenegro, o primeiro trabalho dos menestréis paulistas, carro-chefe da Oficina dos Menestréis, adaptado e rebatizado de "Noturno Cadeirante", que em 2015 completa 12 anos.
Com o sucesso da iniciativa, a Oficina criou outros projetos sociais, que atendem de forma beneficente públicos especiais, para promover a inclusão social e a formação de público ao tornar as atividades acessíveis.