Os deputados federais que representam o Alto Tietê foram unânimes na votação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no último domingo. No entanto, o voto mais esperado foi o de Márcio Alvino (PR), que se manteve em silêncio até o último momento. O partido do qual faz parte, inclusive, deu orientações para que os políticos votassem contra o processo de cassação do mandato da petista.
Nas redes sociais, o republicano esclarece que "nunca esteve indeciso" com relação ao seu posicionamento. "Por respeito ao Partido da República (PR), único do qual já fiz parte e onde atuo como secretário-geral, preferi agir com prudência, uma vez que decidi ir contra sua orientação", explicou o parlamentar. "Não cedi às pressões de ambos os lados. Minha trajetória política sempre foi pautada em minhas convicções e idealismo".
O republicano também foi bastante procurado para que revelasse o voto que daria neste domingo. "De qualquer forma, peço-lhes desculpas por não ter respondido os e-mails, comentários e mensagens no momento em que os recebi, mas estejam certos que o meu foco sempre foi o melhor para os brasileiros", publicou em sua página na rede social.
Para a deputada federal Keiko Ota (PSB), de Suzano, o resultado da votação foi justo. "O resultado reflete a importância que o povo brasileiro tem nas decisões da Câmara dos Deputados. Se não houvesse uma pressão sobre os deputados, com consciência política, o resultado poderia ter sido diferente", avaliou. "O impeachment representa a vontade da maioria, que não aguenta mais essa sensação de desgoverno. Portanto, é o primeiro passo para tirar o Brasil da crise".
A socialista ainda lembrou do que viu no momento da votação, enquanto estava na Câmara. "Os parlamentares a favor estavam convictos, por sua base partidária, movidos pela vontade do povo de mudança. O termômetro é a rua. Lembrei do meu filho Ives, razão pela qual comecei há 18 anos a minha luta por justiça, e o sentimento de orgulho, como primeira mulher 'nikkey' eleita para deputada federal, de contribuir para a moralização do Congresso Nacional". 
No portal do deputado Roberto de Lucena (PV), o político também se posicionou a favor do impeachment. "Não estamos simplesmente diante de uma crise de governo. É uma crise de modelo", classificou.
A reportagem tentou contato com o deputado Guilherme Mussi (PP), mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.