As represas que abastecem a região já apresentam um novo cenário, diferente de meses atrás, com os reservatórios cheios, sendo que alguns já operam com quase 100% da capacidade. Há cerca de um ano, no período mais crítico da estiagem, os mananciais que compõem o Sistema Produtor Alto Tietê (Spat) chegaram a operar com volume inferior a 10%.
Com a seca que se alastrou na região, "cidades submersas" surgiram no lugar das águas em 2014. Era possível ver estradas e ruínas que estavam, há mais de 20 anos, completamente cobertas pelos recursos hídricos. Hoje, quem passa próximo às represas Taiaçupeba e Jundiaí, em Mogi das Cruzes, já nota que a paisagem voltou a ser protagonizada pelas águas.
Ontem, o Spat operava com 40,6% da capacidade. A última vez que os mananciais da região atingiram esse índice foi em 19 de fevereiro de 2014, há mais de dois anos, quando atingiu 40,2%. No mesmo período do ano passado, o sistema estava com o volume de armazenagem em 19,7%.
A maior evolução ocorreu na represa Jundiaí, localizada no distrito de Jundiapeba, em Mogi. Em janeiro do ano passado, o manancial chegou no estado mais crítico, com armazenamento em apenas 0,6%. Especialistas chegaram a afirmar que o reservatório estava perto de um colapso. Nesta semana, o local já operava com 97,1%.
No reservatório de Jundiaí, uma estrada chegou a surgir, cortando a represa ao meio. A estiagem foi tão intensa que o totem com o símbolo do Estado de São Paulo ficou completamente exposto, e a área serviu como estacionamento para os carros de banhistas e pescadores que iam ao local em busca de lazer. Hoje, o local voltou a ser ocupado pelas águas e o totem já está quase submerso.
A represa Ponte Nova, em Salesópolis, é o maior reservatório do Alto Tietê e também o que se encontra em situação mais crítica, com armazenamento em apenas 18,5%.
Há exato um ano, o local operava com 8,7%, quando era possível ver até as rachaduras no solo que era ocupado pelas águas.
A represa Taiaçupeba também já mostra evolução, embora se encontre longe de atingir 100% de armazenamento.
O manancial chegou a operar com 23,3% no ano passado e, ontem, já operava com quase 50% da capacidade.
O Spat é composto por cinco reservatórios: barragem Taiaçupeba, que fica no município suzanense, onde há a Estação de Tratamento de Água (ETA); barragem Ponte Nova e Paraitinga, localizadas em Salesópolis; barragem Jundiaí, situada em Mogi, e Barragem Biritiba, em Biritiba Mirim.
Essas represas abastecem oito cidades e atendem 3,5 milhões de pessoas nos municípios de Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Mauá, parte de Mogi e Guarulhos.