Informações desencontradas que nem mesmo os alunos sabiam explicar resultaram na continuidade da ocupação da Escola Estadual Benedita Garcia da Cruz, em Poá, como forma de protesto a reorganização escolar proposta e já revogada pelo governo do Estado. O grupo de estudantes, que permanece há 15 dias na unidade, havia decidido deixar o prédio durante a madrugada, mas na manhã de ontem teriam sido informados de que a Diretoria de Ensino estaria ligando para alguns pais pedindo que os filhos terminassem o ano letivo em outra instituição, mas, segundo os alunos, o motivo da transferência seria outro.
"Ficamos sabendo também que a diretoria teria falado para os pais que a escola fecharia porque seria impossível fazer a matrícula para o próximo ano por causa da ocupação. A pressão que estamos sofrendo é muito grande e por isso decidimos manter a ocupação", explicou a aluna Larissa Santos da Silva, de 17 anos, que cursa o 2º ano do Ensino Médio na escola.
Segundo o estudante do 3º ano do ensino médio, Jean Aparecido Carvalho, 18, o grupo quer um documento oficial da Diretoria de Ensino informando que nenhuma mudança será feita na unidade. "Queremos que a reorganização não seja suspensa, e sim cancelada para sempre.", explicou.
Conforme o Dat apurou, os alunos não aceitaram a transferência do ensino médio para a Escola Estadual Jornalista Olintho Reder, que é bem próxima da unidade atual.
A possibilidade de desocupação da escola fez com que professores e alunos fossem até a instituição, localizada em Calmon Viana, na manhã de ontem. Apesar da movimentação, que inclui até conselheiros tutelares, os alunos se negaram e sair do prédio.
Segundo a secretaria de Estado da Educação, a diretoria de ensino apenas ligou para alguns pais perguntando se havia interesse que seus filhos concluíssem o último ano do ensino médio em outra escola, já que alguns passaram no vestibular e começarão um curso superior em 2016. Sobre a informação de que a EE Benedita poderia fechar por falta de matrículas, a pasta informou que a mesma não procede e que a unidade funcionará normalmente no próximo ano.
Por dentro
O Dat foi autorizado pelo grupo a entrar na escola e conferir como os alunos têm passado os dias dentro da instituição. Os estudantes se dividem na hora de dormir, sendo que muitos se acomodam dentro da secretaria, onde um tatame está sendo utilizado como cama. Os alunos não autorizaram que a equipe visitasse a cozinha e o refeitório. Dentro do prédio, os ambientes percorridos pelo Dat estavam limpos.