Com o objetivo de pressionar o governo contra o aumento e a criação de impostos, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou, na última segunda-feira, a campanha "Não Vou Pagar o Pato". O manifesto já registrou quase 90 mil assinaturas até a tarde de ontem.
A atual carga tributária é alta. Um exemplo disso, é o preço da passagem do transporte público que custa R$ 3,50. Deste valor, R$ 1,18 é imposto. No caso da gasolina que custa R$ 3,09 o litro, R$ 1,86 é tributo. As informações estão no site da campanha (www.naovoupagaropato.com.br). A ação também foi criada para conscientizar a sociedade sobre a carga tributária, segundo Paulo Skaf, que é o presidente da Fiesp. "Material escolar tem 40%, em média, de impostos", afirmou. "Naquela geladeira de R$ 1 mil ele colocou
R$ 400 de impostos", exemplificou.
Para o diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) na região, José Francisco Caseiro, a campanha é fundamental para a conscientização das pessoas sobre os impostos que são muitos, além de serem mal aplicados. "É preciso lutar contra a criação de mais impostos e demonstrar para as autoridades o descontentamento existente hoje e que é hora do governo fazer a parte dele, cortar na carne. Costumo dizer que o imposto é um mal do século e, como uma doença, precisa ser combatido", avaliou. A expectativa com o início dessa campanha é sensibilizar as autoridades e "frear" a criação de impostos.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Miguel Torres também é a favor da campanha. "Acho que agora o empresariado está se movendo. Acredito que a solução seria uma reforma tributária", ressaltou. "Essa é uma campanha importante. Os trabalhadores assalariados pagam cada vez mais impostos. E esses tributos não são aplicados de forma adequada, pois vemos que falta saúde, transporte e educação".