Nos últimos anos, empresas de todos os portes investiram pesado em ferramentas de proteção digital. Plataformas avançadas, camadas de defesa, backup inteligente, monitoramento contínuo e um oceano de soluções que prometem barrar ataques cada vez mais sofisticados. Ainda assim, os incidentes continuam aumentando. E há um motivo simples para isso. A maior parte das brechas nasce no comportamento humano.

A engenharia social segue sendo a porta de entrada mais utilizada pelos criminosos. Um clique apressado, um link aparentemente confiável, uma senha repetida, o acesso feito em um equipamento pessoal ou uma conversa despretensiosa com alguém mal-intencionado podem comprometer toda a operação de uma empresa. O ataque não começa na tecnologia. Começa na rotina de cada colaborador.

Ao mesmo tempo, o mercado enfrenta uma escassez crescente de profissionais de cibersegurança. A demanda cresce mais rápido do que a formação de novos especialistas. Isso significa que muitas empresas, especialmente as pequenas e médias, precisam aprender a desenvolver cultura de segurança mesmo sem grandes equipes. E cultura não depende apenas de especialistas. Depende de liderança e consciência coletiva.

Treinar pessoas regularmente, comunicar riscos de forma clara, criar ambientes onde o time se sinta à vontade para reportar suspeitas e promover comportamentos responsáveis são práticas simples, mas decisivas. A tecnologia protege. O comportamento sustenta essa proteção. Quando colaboradores entendem seu papel, o cenário muda. O que antes era uma ameaça silenciosa passa a ser detectado na origem.

A segurança da informação se tornou uma responsabilidade compartilhada. Não é tarefa exclusiva do técnico, do gestor de TI ou do analista de segurança. É uma atitude diária que envolve todos. Empresas que entendem isso estão mais preparadas para enfrentar o futuro. Empresas que ignoram esse fator continuam vulneráveis, por mais tecnologia que comprem.


Fábio Queiroz é CEO da SanviTI TSI, Especialista em Tecnologia e Segurança da Informação.