Nos dias de hoje, quando conhecimentos que foram construídos por décadas de estudos são trocados pelas teses defendidas por falsos filósofos e teóricos da negação, vale a pena relembrar alguns resultados produzidos pela poluição crescente.

Segundo o órgão de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), a poluição do ar causa sete milhões de mortes prematuras anualmente em todo o mundo. São números parecidos com as mortes causadas pelo fumo e a má alimentação.

A poluição do ar é a maior vilã, pois ela é responsável por grande parte dos óbitos que são relacionados a poluição em geral. Além da poluição do ar, outros tipos de poluição também contribuíram para esse quadro. Por exemplo, a poluição no ambiente de trabalho, que tem como causa principal o fumante ativo e passivo, é a que mais mata depois da poluição do ar.  

De acordo com dados divulgados pela ONU, a poluição foi responsável por 25% das mortes prematuras no mundo. No ranking mundial da poluição, o Brasil aparece na 65ª posição. 

Por mais que esse seja um problema mundial é justamente nos países que apresentam renda baixa e média que essas mortes estão mais concentradas. Aproximadamente 92% das mortes causadas pela poluição ocorreram em países pobres e em países que passam por um rápido processo de desenvolvimento e industrialização, como a Índia, que apresentou o quinto maior número de mortes por poluição, e a China, na 16ª posição.

Mas não são apenas as mortes que preocupam. A exposição aos inúmeros poluentes com os quais convivemos produz imenso impacto na saúde das pessoas sobrecarregando os equipamentos médicos e aumentando intensamente os gastos com esse serviço. Se considerarmos também os dias de trabalho perdidos por sintomas de doenças relacionadas aos diversos poluentes, a repercussão disso no PIB (Produto Interno Bruto) é bastante considerável.

Por incrível que pareça, o período da pandemia registrou declínio no número de mortes provocadas pela poluição, pois o isolamento social corretamente adotado, limitou muito a circulação de pessoas em diversos países, o que contribuiu para a redução da poluição e dos seus efeitos.

Não podemos perder de vistas outras questões que nos ameaçam. Principalmente por vivermos em um país onde agrotóxicos banidos na grande maioria de países acabaram sendo liberados por iniciativa do governo passado, apoiado por grande parte dos nossos deputados. 

É preciso mudar esse quadro. As futuras gerações vão agradecer. 


Afonso Pola (acelsopp@gmail.com)
é sociólogo e professor