Em datas reflexivas eu fico instigado a consumir conteúdos representativos, onde nesse mês da Consciência Negra, voltei a ter essa sensação e comportamento de curiosidade. Entre os meus dados de pesquisa, encontrei um paralelo de informações que há um tempo não relacionava e compartilho com você, nobre leitor. 

No canal do YouTube “Racionais TV”, o vídeo: DVD – Mil trutas, mil tretas – Negro Drama, o rapper Mano Brown, expressa o seguinte conceito: “Essa é pra você, descendente de escravo, que não teve direito a indenização”. Essa frase me levou ao estudo publicado no ano passado pela Universidade de West Indies, em parceria com a American Society of International Laws, que apontava que indenizações por escravidão no Brasil poderiam chegar a R$ 135 trilhões.

Encontrei ainda informações com o jornalista e escritor paranaense Laurentino Gomes, autor de trilogia sobre a escravidão, que afirma que o extermínio de negros e indígenas tem consequências atuais e a importância de ações contra essa herança, e por fim, achei o livro: “Renda de cidadania: a saída é pela porta, que ganhei com autógrafo do então vereador da época, Eduardo Suplicy. 

Encontrei anotações e tive ainda lembranças dele explicando que a Renda Básica Universal (RBU), tinha aspirações na Teologia Cristã, que em geral envolve a ideia de um ser superior que cria e oferece condições para viver, e não apenas sobreviver. Achei ainda em meus registros que a ideia era devolver para o cidadão a própria riqueza material que o país tem e produz, ter um benefício pago independente de renda e sem contrapartidas. Em minhas notas, apareceram ainda a explicação matemática da possibilidade e os estudos de casos positivos em alguns países. 

Ao registrar este artigo, retornava de um sonho onde as indenizações foram pagas, a RBU foi implantada no Brasil e a segunda epístola de São Paulo aos Coríntios: “O que colheu muito não teve demais, e o que colheu pouco não teve de menos”, se realizou.  Voltei a ouvir rap e dormi novamente.


Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.