São frequentes as lembranças dos períodos graves da pandemia de Covid-19, quando milhares de pessoas morreram, e muitas crianças e adolescentes perderam seus pais ou suas mães para a doença. Uma situação difícil que precisa muito de uma família estruturada e com bons relacionamentos para que haja acolhimento para absorver este grande sofrimento. 

Uma pesquisa, que destacamos na edição de hoje, elaborada pelos Cartórios de Registro Civil de São Paulo, aponta que 97 crianças e adolescentes de até 17 anos se tornam órfãos a cada ano desde 2021. Ao menos um terço dos casos, os pais foram vítimas da Covid-19, de acordo com o levantamento. 

A pandemia é um período de lembranças tristes, de grandes desafios vividos por toda a sociedade, com alto número de mortes e de pessoas hospitalizadas em decorrência da doença. Muitas imagens dolorosas e impactos negativos de todo o tipo que ainda se refletem nos dias de hoje. 

Mostramos os números da pesquisa de órfãos, mas sempre importante lembrar que na verdade, eles representam pessoas, têm nomes e as mais diferentes histórias de vida, nas mais diversas famílias, em uma fase de nossa trajetória em que o apoio dos pais é fundamental. 

Familiares e amigos podem ser um suporte importante para esses órfãos, mas jamais substituíram seus pais. Nos tempos difíceis que vivemos, também importante alertar, que ainda pode ocorrer que no lugar desse acolhimento para as crianças e adolescentes, já sofrendo uma grande perda, haja na verdade um ambiente de violência, totalmente despreparado para atender suas necessidades mais básicas. E aqui não se trata da situação financeira, que pode ser precária, mas do cuidado com a saúde física e emocional. 

Vale ressaltar que o cuidado com a criança e o adolescente é uma obrigação da família e dos responsáveis, porém, também o poder público precisa estar atento para o acolhimento necessário, podendo identificar em seus serviços, como as escolas, possíveis problemas que possam surgir. Lembrando sempre que eles serão a próxima geração que deve contribuir para um país com desenvolvimento econômico e social, principalmente.