Crianças também sofrem com a queda de cabelos e outras desordens no couro cabeludo. Dados mundiais indicam que a incidência de muitas alopecias tem crescido no público infantil. A seguir, descrevo as patologias mais comuns entre os pequenos.

O Eflúvio Telógeno, caracterizado pela queda de cabelos após um evento causal, pode ocorrer nas crianças, assim como nos adultos, por inúmeros fatores, como quadros infecciosos (após ter contraído Covid-19, dengue, ou pneumonia, por exemplo), e deficiências de vitaminas e minerais. Estresse psíquico também não pode ser descartado.

A Tricotilomania, ligada a desordens psíquicas, tem gerado igualmente alerta na comunidade científica. Trata-se do hábito de arrancar cabelos, sobrancelhas e os cílios. Esta patologia tem acometido mais as meninas.

Já a Alopecia Areata, doença crônica autoimune, pode surgir antes mesmo dos 2 anos de idade, o que indica gravidade e maior propensão a quadros extensos da doença.

A Alopecia Tracional, causada pelo hábito repetitivo de tracionar os cabelos, é outra anomalia frequente no público infantil. Penteados e acessórios utilizados nos cabelos podem desencadear o problema. Há casos de tração excessiva que também levam à perda irreversível dos fios de cabelo nos pequenos.

A Tinea Capitis (micose do couro cabeludo) e a Pediculose (piolhos) costumam surgir durante a frequência escolar. A recomendação é redobrar a prevenção e adotar rápida ação terapêutica para frear a infestação em todo o grupo estudantil.

Cuidados diários com os fios, higiene correta e o uso de produtos adequados e permitidos a esta faixa etária são importantes para saúde capilar das crianças. E, a qualquer sinal de que algo não está normal, como queda excessiva, coceira e descamação, os pais devem procurar ajuda profissional para diagnóstico, tratamento e acompanhamento especializado.

*Dra. Thálita Rodrigues Eufemia (dermathalita@hotmail.com) é médica e tricologista, com certificação pela International Association of Trichologists (Sidney - Austrália); doutoranda em Ciências Biomédicas; e diretora da JM Renaissance.