A IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor) define dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano. Dor é o sintoma mais comum em doenças. Trata-se de um mecanismo de proteção do corpo, um alerta de que algo não está bem, uma sensação física, porém podendo ser por motivo emocional e abstrato, único para cada paciente.

É importante a distinção entre os dois tipos básicos de dor, que são a dor aguda e a dor crônica, pois a sua fisiopatologia, causa e tratamento são diferentes. O estímulo é enviado pelos nervos ao cérebro, que responde produzindo através do córtex a sensação incomoda. Ainda assim, é considerada um sinal de vida, e muita das vezes um sintoma adjacente a uma determinada condição.

A dor pode aparecer sem que haja nenhum estímulo nocivo ao corpo, mas sempre representa um aviso importante. Ela compromete múltiplos domínios cognitivos incluindo atenção, memória, concentração e conteúdo do pensamento.

Muitas síndromes de dor são multifatoriais. Por exemplo, a dor lombar crônica e a maior parte das síndromes de dor do câncer têm um componente nociceptivo significativo, mas também podem envolver dor neuropática (decorrente de lesão de nervos). As fibras para dor entram na medula espinal no gânglio da raiz dorsal e fazem sinapse no corno dorsal. Deste ponto, as fibras cruzam para o outro lado, estendem-se para cima pelas colunas laterais até o tálamo e, em seguida, até o córtex cerebral.

Importante esclarecer ao leitor que existem mecanismos de detectam a dor e esses são os nociceptores que são receptores sensoriais especializados em detectar estímulos nocivos que podem causar dor no corpo. Esses receptores são responsáveis por transmitir sinais de dor ao sistema nervoso central, desempenhando um papel fundamental na percepção e regulação da dor. Existem diferentes tipos de nociceptores, que respondem a estímulos térmicos, mecânicos e químicos, permitindo ao organismo detectar e responder a uma variedade de estímulos potencialmente prejudiciais. 

A compreensão dos nociceptores e sua função no processamento da dor é essencial para o desenvolvimento de estratégias de tratamento mais eficazes no controle da dor. Então quando um paciente se refere que tem alguma dor o profissional não pode simplesmente negligenciar ou fazer pouco caso, afinal as dores são subjetivas, abstratas e individuais com inúmeras maneiras de manifestação, cabe ao profissional da saúde com sua competência técnica auxiliar o paciente a encontrar o mecanismo desencadeador.


Dr. Luiz Felipe Da Guarda é fisioterapeuta e Diretor Científico da Associação Brasileira de Perícias Fisioterapêuticas - ABRAPEFI - @abrapefi