O principal rio do Estado de São Paulo, infelizmente, vai morrendo conforme passa pela região do Alto Tietê. Em Mogi das Cruzes, ainda respirando, é na passagem por Suzano e depois Guarulhos, que o Rio Tietê dá seus suspiros finais. Segundo a mais recente edição do estudo Observando o Tietê, divulgada nesta semana, a Fundação SOS Mata Atlântica aponta uma piora na poluição do rio, com aumento significativo da mancha de água imprópria.
Embora ações venham sendo tomadas para a sua recuperação a longo prazo, é desanimador olharmos a história do rio e como ele está hoje, neste dia em que deveríamos celebrá-lo. O Rio Tietê, que nasce em Salesópolis, cidade com grande potencial turístico na região, mantém a boa qualidade da água até Mogi, e depois sofre com a descarga de esgoto e outros resíduos ao longo do caminho até chegar a São Paulo, onde na Marginal Tietê, o cheiro é insuportável, agravado nos dias de calor.
Há muito a ser feito, o que demanda um graande investimento do poder público, para sua recuperação, e neste sentido temos o IntegraTietê, lançado no ano passado pelo Governo do Estado, Na região, as ações têm como foco o desassoreamento, que também contribui para reduzir as enchentes do início do ano. Mas os desafios são diretamente proporcionais ao tamanho do maior rio do Estado.
Além da poluição por esgoto, a Fundação SOS Mata Atlântica lista como fatores que contribuem para atual situação do rio a gestão de reservatórios e operação de barragens, clima ou resultante de atividades agropecuárias ou de remanescentes de efluentes tratados, que chegam em carga superior ao que pode ser diluído e agravadas pelas mudanças climáticas.
A Fundação ainda faz referência ao rio Sena, de Paris, que embora com importantes avanços para sua despoluição, não era totalmente seguro para a prática de lazer e esportes, como ficou evidente durante os Jogos Olímpicos. Mesmo assim, será que conseguiremos chegar perto desse feito, e alguém terá coragem de nadar nas águas do Tietê em futuro não muito distante?