Vivemos tempos difíceis para as mulheres pelo país, porém, não podemos dizer se em algum momento eles foram mais propícios para aquelas, ainda, por vezes chamadas de sexo frágil, mas que são responsáveis por famílias inteiras. 

A violência contra elas, infelizmente, é crescente, e se intensificou durante a pandemia de Covid-19, impactando não apenas mulheres, mas também outros grupos mais vulneráveis como pessoas idosas. O aumento da violência reforça a importância de grupamentos como a Patrulha Maria da Penha, que tem Suzano como referência para outras cidades. Em Itaquá, o grupo recebe o nome de Ronda de Proteção à Mulher e desempenha um trabalho igualmente importante e necessário, como destacamos na edição de hoje. 

Vale lembrar a recente denúncia de assédio contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, demitido depois pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As investigações caminham, mas fato é que entre uma das vítimas do suspeito, está a também ministra, Anielle Franco, responsável pela pasta da Igualdade Racial, o que mostra que o assédio está por toda parte.

Temos ainda o crescente número de casos de estupro, muitas vezes subnotificado, já que o medo impede que muitas denúncias sejam feitas. Porém, tem se aberto mais espaço e dado voz para mulheres, questionando comportamentos de autoridades que deveriam defendê-las e acolhê-las. 

Cabe aqui destacar a urgência da ampliação do atendimento das Delegacias da Mulher, que atuam no horário comercial, de segunda a sexta-feira, como também a sensibilização das forças de segurança para atender essas mulheres, não apenas vítimas de estupro, mas da violência que toma conta de muitos lares. 

E para além das ações de combate à violência, precisamos também fortalecer a rede de proteção à mulher, com mais abrigos para que elas possam deixar a ambiente onde a violência se perpetua, e criar uma política pública de geração de renda, que garanta a elas um meio para se manterem, longe da dependência financeira dos agressores.