Muito além da sigla PCD, as pessoas com deficiência têm suas especificidades, até pelos múltiplos tipos de deficiência que apresentam. O importante é que a deficiência não seja um limitador para uma vida digna e de qualidade, ocupando os mais diferentes espaços em nossa sociedade. Uma discussão que precisa ultrapassar a data de hoje, 21 de setembro, Dia da Luta da Pessoa com Deficiência, e se tornar permanente.
Para garantir o mínimo que é o direito de ir e vir, é preciso que a acessibilidade e a inclusão social estejam sempre no centro dos debates, que a mobilidade urbana seja pensada para todos que têm algum tipo de deficiência e a mobilidade reduzida, mesmo que temporariamente. Temos ônibus adaptados na frota do transporte público da cidade, mas será que estamos preparados para lidar com as múltiplas deficiências, oferecendo a verdadeira acessibilidade?
Ser acessível, aliás, é um desafio ainda maior para cidades mais antigas como Mogi das Cruzes, com ruas estreitas, principalmente na área central, que dificultam o acesso, de quem é cadeirante, por exemplo. É preciso um trabalho conjunto, unindo as pessoas com deficiência para que apresentem suas demandas, o poder público e especialistas das mais diferentes áreas, para criar ambientes cada vez mais inclusivos.
O desafio também se estende à inclusão no mercado de trabalho, mesmo com a cota de contratação estabelecida pelas empresas. Será que as empresas estão preparadas para receber este profissional, sua equipe foi treinada para acolher as limitações e trabalhar suas potencialidades? Não se trata apenas de capacitar a pessoa com deficiência para atender às exigências do mercado, mas também que esse ambiente corporativo esteja preparado para recebê-la.
Temos ainda um grande preconceito para com as pessoas com deficiência, chamado de capacitismo, pressupondo a incapacidade e manifestado em atitudes do dia a dia, na forma como nos comunicamos e também nas barreiras físicas das cidades. Pode até parecer involuntário, mas é algo que está enraizado e precisa ser modificado, para a verdadeira inclusão de todos.