O tempo seco, característico do inverno, mas não com as temperaturas elevadas que temos enfrentado, não contribui apenas para o maior número de queimadas e a piora na poluição do ar vivenciados atualmente, mas também os reservatórios são afetados e ficamos mais perto de vivermos uma nova crise hídrica. 

De acordo com levantamento realizado pela Reportagem, com base nos dados divulgados diariamente pela Sabesp, as represas do Sistema Produtor do Alto Tietê (SPAT) têm registrado quedas no volume percentual, com grandes períodos sem registro de chuvas. A média do volume operacional no sistema é de 50,4%, de acordo com dados desta sexta-feira (13). 

A represa de Biritiba Mirim, por exemplo, opera com cerca de 30% de sua capacidade, situação um pouco pior que a maior parte das demais, que também estão com até cerca de 40% de seu volume total, registrando, em grande parte, mais de 20 dias sem chuvas na região. Apenas a barragem de Ponte nova, na divisa entre Biritiba e Salesópolis, mantém o volume em torno de 60% da sua capacidade. No comparativo do ano anterior, há quedas ainda maiores como em Paraitinga, onde a perda foi de aproximadamente 40 pontos percentuais.

O Governo do Estado inclusive renovou até este sábado o alerta de risco elevado de incêndios, e a atenção para o aumento gradual das temperaturas, que trazem sensação de calor e ambiente abafado. Não há previsão de chuvas por enquanto. Porém, na segunda-feira, segundo o Climatempo, uma nova frente fria deve chegar a capital. 

Com as emergências climáticas batendo a nossa porta, o que podemos fazer é cuidar da saúde neste período de seca e altas temperaturas, e também utilizar a água de forma consciente, moderando os tempos de banho, por exemplo, entre outras medidas simples que favorecem todo o coletivo.

Como em outras situações, sempre cobramos o poder público por soluções, e realmente parte delas deve vir do setor, porém, também é preciso que cada um faça sua parte para que tenhamos um futuro mais sustentável e saudável para todos.