A segurança viária não lidera a lista de preocupações da população, mas quem olha o número crescente de óbitos no trânsito vai se assustar. De acordo com os dados divulgados nesta semana pelo Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), do Governo do Estado, foram mais de 120 mortes registradas entre janeiro e julho nas vias da região. Apenas em julho, foram 23 vidas perdidas em acidentes nas cidades. 15 delas apenas em Mogi das Cruzes. 

Como temos lembrado aqui, é urgente e necessário ir além das campanhas do Maio Amarelo, mês dedicado à segurança viária e reforço a educação no trânsito. O desafio é diário para que o que está previsto no Código Brasileiro de Trânsito (CBT) seja realmente cumprido. Como em outros segmentos, as leis existem, mas não são devidamente aplicadas, seja por falta de mais agentes na fiscalização, seja por outras demandas que acabam tiram o foco do tema. 

O perigo não é apenas para pedestre, certamente um dos personagens mais frágeis do trânsito, mas para todos que circulam pelas cidades, conduzindo seus veículos, tendo que ter mais atenção com os demais do que consigo mesmo. Não são raras as ultrapassagens em locais indevidos e o excesso de velocidade, muito além dos limites estabelecidos. 

Uma das vias que tem gerado grande preocupação em Mogi é a rodovia Mogi-Salesópolis, na altura do bairro Cocuera, que tem registrados acidentes frequentes, e que há tempos espera por um radar, prometido pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para até o fim deste ano. Na região, tivemos há algum tempo uma colisão entre dois ônibus, com várias vítimas, por sorte nenhuma delas fatal, mas poderia ter ocorrido o pior. 

O trânsito seguro é fruto de um esforço coletivo, com a conscientização do cumprimento da legislação e dos limites estabelecidos, e também do poder público, no reforço da sinalização e da fiscalização. Infelizmente é por meio da multa, que a mudança cultural acontece, como foi no caso das cadeirinhas para crianças e agora para coibir a desatenção com uso de celulares ao volante.