A incidência das doenças capilares tem aumentado, assim como, também, diagnósticos mais precisos e precoces. Porém, o número de pessoas com queixas, segundo pesquisas, triplicou nos últimos anos. E, muitas vezes, há mais de um distúrbio no curso das patologias.

O que, no passado, muitas vezes, acometia somente as mulheres, em especial no período de menopausa, ou os homens, após os 50 anos, hoje atinge adolescentes. Crianças, ao contrário do que muitos possam imaginar, também são afetadas por muitos problemas no couro cabeludo e nos fios. Ou seja: é consenso que as doenças capilares têm se manifestado cada vez mais cedo, em todas as faixas etárias.

A Alopecia Androgênica, conhecida como calvície, o Eflúvio Telógeno (queda de cabelos) e a Dermatite Seborreica lideram o ranking, de acordo com levantamentos mais recentes de especialistas. Porém, doenças autoimunes, como a Alopecia Areata, e as consideradas Cicatriciais também têm surgido com mais frequência nos atendimentos em consultório.

Diante dessa constatação, surge a pergunta: Por que isto está acontecendo? Estudos pelo mundo procuram compreender a etiologia das patologias, com o estudo de fatores que despertam ou exacerbam estas doenças, para que, então, possamos ter explicação para este “boom” no número de casos e, consequentemente, direcionar tratamentos.

Sabe-se que hábitos de vida, alterações hormonais e associações com doenças autoimunes são alguns aspectos a serem considerados, o que encaminha os estudos atuais ao que chamamos de epigenética - isto é, a influência de fatores externos na manifestação precoce ou acentuada de patologias, muitas vezes, geneticamente predispostas.

Há muito o que se avançar nesses estudos, mas é fato que terapias localizadas e multidisciplinares têm importância na saúde capilar e, por conseguinte, no indivíduo como um todo. Cada um pode fazer a sua parte. Portanto, cuide-se!



*Dra. Thálita Rodrigues Eufemia (dermathalita@hotmail.com) é médica e tricologista, com certificação pela International Association of Trichologists (Sidney - Austrália); doutoranda em Ciências Biomédicas; e diretora da JM Renaissance.