Fazendo uma comparação da geração antediluviana com o nosso mundo atual a semelhança é brutal. A bílis negra do mal, como aconteceu em Mariana, forma uma onda gigante de dejetos impuros que avança cobrindo, com terror, todas as belas virtudes com a lama pegajosa da corrupção e da imoralidade que causam escândalos intermináveis na política, na religião e na sociedade. Muito mais cultuado que o Deus revelado dos Evangelhos  são os novos deuses da tecnologia, da bolsa de valores ou da mídia que guiam os passos apressados do homem pós-moderno, sem perceber que já está com um pé no abismo da destruição. 

Jesus predisse que a sua 2ª. Vinda será tão repentina como um relâmpago: "Como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do homem: comiam, bebiam, casavam e  davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio  e destruiu a todos". Após o Dilúvio,  Deus disse a Noé que quando visse nas nuvens o arco-íris, lembrar-se-ia da sua promessa de nunca mais destruir a terra pelas águas.  

Nesse final dos tempos em que vivemos o Livro de Apocalipse nos revela que todas as obras finitas da Criação estão destinadas ao fogo. A banalização dos valores tem atingido os adolescentes que lutam entre, pela fé, crer na transcendência de um Deus invisível em que tudo está sob seu controle, ou deixar-se arrastar pelo "aqui" e o "agora" de um epicurismo macabro ligado ao abuso das drogas, desprovido de qualquer educação sexual, rendido aos impulsos, sem freios, do prazer abraçado à morte, nesse embate descontrolado entre Eros e Tânatos; jogos radicais que podem levar ao suicídio, como no caso da "Baleia Azul". 

Um trecho de Além do Bem e do Mal, de Friedrich Nietzsche (1844-1900): "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você". O sacrifício de Cristo na cruz é o único caminho que nos leva até a arca da Graça onde estaremos salvos do cálice de fogo da ira de Deus.


Mauro Jordão é médico.