Vivemos tempos difíceis, mas ainda acreditando que o trânsito pode ser um lugar seguro para todos os envolvidos, condutores de automóveis, motociclistas, pedestres e ciclistas. É fundamental encontrar soluções para a devida segurança para todos. Infelizmente, apesar de todo o otimismo, os números dizem o contrário, apontando um crescimento significativo no número e mortes em acidentes de trânsito na região.
São mais de 80 vítimas fatais apenas nos primeiros cinco meses do ano na região, como destacamos hoje a partir dos dados do Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito, o Infosiga, do Governo do Estado. Chama a atenção que cidades como Biritiba Mirim que não tinha registrado nenhuma morte no mesmo período do ano passado, já somam 4 vítimas fatais neste ano. E pensar que o Maio Amarelo, justamente uma campanha de conscientização para a segurança viária e educação para o trânsito mal terminou.
Os desafios são muitos para que o respeito às leis de trânsito prevaleça, e principalmente, entre os diversos atores que compartilham seu dia a dia pelas ruas, estradas e avenidas não apenas da região, mas do Estado e de todo o país.
O otimismo por um trânsito seguro também esmorece quando vemos casos recentes como da idosa agredida na cidade de Boituva, no interior do Estado, durante uma discussão sobre uma vaga de estacionamento, e ainda, em Santos, no litoral, o idoso que morreu com o chute no peito de um motorista que se irritou por precisar frear o carro bruscamente.
Nesse cenário, os tempos são mais que difíceis, marcados pela intolerância, o desrespeito e a falta de compaixão pelo próximo. Um desenho antigo mostrava um conhecido personagem que se transformava em um ser extremamente agressivo quando assumia o volante. Um veículo, seja qual for, não pode ser uma arma ou uma muleta para a prática da violência, é um meio de locomoção, paixão de muitos, mas não mais do que isso. Mais do que uma legislação mais dura, precisamos de uma verdadeira mudança cultural para um trânsito que seja para todos.
