O número de declarações do imposto de renda entregues pelos contribuintes da região superou a previsão da Receita Federal, como destacamos na edição de hoje. O prazo terminou no último dia 31 e algumas restituições já foram, inclusive, liberadas pelo governo federal para quem antecipou a entrega do documento e não deixou para a última hora como é comum.

A população, de forma geral, teme cair nas garras do Leão, como o Fisco ficou popularmente conhecido. A dor de cabeça é maior por erros no preenchimento ou o atraso na entrega do que correr para apresentar os dados corretos na declaração, facilitada neste ano com o preenchimento prévio de dados já conhecidos do contribuinte. 

Claro que temos uma grande massa de sonegadores, mas a maioria da população paga regiamente seus impostos, e precisa, por obrigação de lei, justificar seus rendimentos e pagamentos ao longo do ano, seja como pessoa física ou jurídica. E assim também deve ser o poder público transparente com os demonstrativos de seus gastos e sobre suas ações no atendimento às necessidades da população, para isso também temos leis e garantias que devem ser fiscalizadas e cobradas por todos. 

Vale ressaltar também o volume de impostos pagos por todos nós cotidianamente, e como já dissemos nesse espaço, nem sempre as contrapartidas, os serviços oferecidos a partir da arrecadação têm a qualidade diretamente proporcional ao volume que deveria ser investido. Temos deficiência significativas na educação pública, na saúde e também na segurança, entre outros setores. 

Os avanços existem, não há como negar, mas não acontecem dentro do ritmo esperado por todos de forma a atender as demandas crescentes da população. Vivemos muitos desafios e talvez o maior deles seja a gestão dos recursos públicos com a criação de políticas que tenham resultados efetivos. 

Precisamos declarar nossos gastos e despesas, como determina a legislação, e cobrar o mesmo dos governantes, da mesma forma que é fundamental que os impostos pagos se revertam em uma merecida qualidade de vida.