Mal nos acostumamos com a ideia da cobrança do pedágio, que certamente virá nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga com a concessão para a iniciativa privada, e em breve viveremos um novo leilão envolvendo também a mobilidade com impactos em todo o Alto Tietê, com os planos para concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. A torcida é que dessa vez tenhamos melhorias efetivas.
Diferente do lote de concessão das rodovias, que afetava mais de 10 cidades, e teve apenas uma audiência na cidade de São Paulo, estão previstas três audiências públicas para a concessão das linhas, hoje sob responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) - na capital, em Guarulhos e também em Mogi das Cruzes, todas previstas para ainda neste mês. O evento em Mogi será na sede regional da OAB, no próximo dia 21.
A expectativa é grande por melhorias com a concessão, embora pelo que acompanhamos, as linhas que operam fora da CPTM não são um modelo de conforto e estabilidade do serviço, e não raro apresentam manutenções que prejudicam o andamento dos trens e, consequentemente, a vida dos passageiros.
Assim como na questão das rodovias, o problema não está na concessão em si, seja por meio da Parceria Público-Privada (PPP) ou não, o problema está nas contrapartidas oferecidas a quem usa rotineiramente o serviço e sabe dos muitos desafios que enfrenta. Recentemente, uma “mudança estratégica’ da CPTM obrigou os passageiros mogianos a relembrar tempos não tão distantes, fazendo uma “baldeação” em Suzano, levando assim ainda mais tempo para chegar ao seu destino. A decisão foi questionada pela Prefeitura de Mogi, por vereadores e também pela população, e só tempos depois resolvida pela estatal, o que desejamos que seja definitivo.
Além de um percurso com mais conforto para os usuários, será que teremos as reformas prometidas para as estações, principalmente de Mogi, com especial atenção à região central? Nas rodovias, as contrapartidas eram mínimas. É hora de participar das audiências e reivindicar as melhorias necessárias para um transporte digno para todos.
