O período de chuvas mais intensas já passou em nossa região, mas ainda assim o tema não pode sair da pauta dos governantes para evitarmos tragédias como vemos hoje no Rio Grande do Sul. As condições geográficas dos Estados são diferentes, mas as cheias dos rios podem, da mesma forma, desalojar pessoas, que perdem tudo o que construíram ao longo da vida, assim como causar deslizamentos em áreas de risco, que podem terminar com vítimas fatais.
As mudanças climáticas estão aí, trazendo calor extremo, chuvas cada vez mais intensas, e tantos outros problemas. Passou da hora de nos prepararmos para o pior, para os grandes desastres naturais. Por isso parabéns ao Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, o Condemat+, que vem unindo esforços pelo desassoreamento do principal rio do Estado, que corta a região, o Tietê, e agora reivindica um Grupo de Fiscalização Integrada (GIF). No começo do ano, tivemos mais de uma cidade em situação de emergência pelos estragos da chuva, e é preciso pensar no futuro não tão distante do próximo verão.
O momento é de planejamento, de medidas que tenham resultado efetivo na proteção da vida e das conquistas de nossa população, quanto a moradia e aos bens adquiridos ao longo da vida. Os tempos são outros, precisamos mais do que nunca preservar o que nos sobrou das Áreas de Proteção Ambiental, nosso seguro contra desastres ainda piores.
A conta dos crimes contra a natureza, que vai perdendo espaço frente aos empreendimentos irregulares, frente ao não planejamento das cidades e a devida atenção aos seus desafios habitacionais, entre outros tantos aspectos importantes, já chegou e vem sendo paga por todos. A tendência, infelizmente, é que esse custo seja ainda maior com o passar dos anos se nada for feito.
É preciso aproveitar o período de maior estiagem para ir além do paliativo, da mera contenção das águas que podem invadir áreas antes ocupadas pelos rios e córregos. Que a união de esforços do poder público se junte também a iniciativa privada e a sociedade civil organizada para repensar as cidades na busca por um desenvolvimento sustentável.
