Nesta semana a Câmara de Mogi votou favorável a criação de uma Comissão Especial de Vereadores (CEV) para apurar a qualidade do serviço prestado pela empresa de saúde NotreDame Intermédica. A medida foi adotada após as reclamações sobre o atendimento oferecido chegarem aos gabinetes dos parlamentares desde o ano passado, tendo se intensificado nos últimos meses em função da pandemia de dengue.

Atraso e cancelamento de consultas, exames e cirurgias, bem como demora no atendimento em hospitais, além da falta de profissionais e especialidades, têm sido as queixas mais frequentes, segundo os vereadores. Eles, inclusive relataram que a situação já virou caso de polícia.

No mês passado, os pais de um bebê recorrem para os serviços da PM para garantir que ele fosse atendido em um centro clínico da empresa, que, inclusive, tem contrato com a Prefeitura de Mogi para oferecer convênio médico aos servidores municipais.

Outro episódio que chamou a atenção e rendeu muitas reclamações e debates, inclusive na Câmara, foi o descredenciamento de clínicas que ofereciam terapias para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O caso foi parar na Justiça e muitas famílias foram prejudicadas.

Tanto o município, quando os munícipes da região que optaram por contratar o serviço de saúde privado, pagam caro para ter um atendimento de qualidade e precisam que esse direito seja garantido pela empresa contratada.

O Legislativo faz certo em interferir nesse processo e exigir que se tenha um serviço digno e de qualidade, afinal saúde é prioridade e uma falta ou atraso no atendimento pode ser fatal.

A expectativa é que a CEV convoque a direção da empresa para que preste esclarecimentos, informe as razões das falhas e apresente um plano de melhoria do serviço.  A fiscalização precisa ser efetiva e constante seja no setor público ou privado. A população não pode ficar a mercê de serviços insuficientes, seja pagando ou não por ele.