Encontrar cabelos caídos pela casa, ter um chumaço em mãos ao lavá-los ou um penteado que, de repente, ficou "mais ralo", pode não significar uma "simples" e passageira queda de cabelos, e, sim, uma doença, até sistêmica. Estamos diante de uma alopecia. Mas do que se trata?

Alopecia refere-se à diminuição ou ausência de pelos em qualquer área corporal. Pode ocorrer no couro cabeludo, nas sobrancelhas, nos cílios, e na barba - só para citar algumas possibilidades.

Esta patologia pode ser não cicatricial - quando, geralmente, há reversibilidade do quadro. Na maioria das vezes, a queda de cabelo não é permanente. Isso, importante frisar, desde que as ações diagnóstica e terapêutica sejam realizadas de forma precoce e assertiva.

Há ainda a alopecia cicatricial, caracterizada pela irreversibilidade - quando o quadro clínico é instalado e a recuperação total dos fios é muito difícil. Em sua grande maioria, trata-se de uma doença com vultuosa inflamação (arde, coça e dói) e que necessita de acompanhamento crônico direcionado.

Muitas vezes, e de modo crescente, as alopecias ocorrem concomitantemente. Aparecem em mais de uma forma num mesmo indivíduo. Também podem estar associadas a outras disfunções capilares, como distúrbios nos fios, e problemas de pele, como dermatites e psoríase.

Saber o que ocorre, de fato, é primordial para diminuir os danos e evitar a evolução para quadros graves e irreversíveis. O entendimento da origem do problema também é importantíssimo para prevenir danos maiores. Daí, o entendimento de que os cabelos estão entre os marcadores de saúde.

Isso porque, problemas capilares podem ser também sinais, até mesmo os primeiros, de muitas patologias, como lúpus, distúrbios da tireoide, sífilis, doenças de absorção intestinal, entre outras. O rápido diagnóstico pode mudar a evolução clínica. Como, afinal, está a saúde dos seus cabelos? Não hesite em procurar um profissional. Sua saúde agradece!

 

*Dra. Thálita Rodrigues Eufemia (dermathalita@hotmail.com) é médica e tricologista, com certificação pela International Association of Trichologists (Sidney - Austrália); doutoranda em Ciências Biomédicas; e diretora da JM Renaissance.