A “novela” sobre a cobrança de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga ganhará um importante capítulo na próxima terça-feira (16), data em que acontecerá o leilão da concessão do Lote Litoral, que inclui as duas estradas, e será conhecida e empresa ou consórcio que ficará responsável pela gestão de 213 quilômetros de rodovias que ligam o Alto Tietê ao litoral sul do Estado.

Nos últimos dias o governo do Estado tem se esforçado para divulgar boas notícias sobre a concessão de 30 anos, como a criação de 24 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, além das tarifas até 20% mais baratas em função da cobrança do pedágio ser pelo sistema free flow, com pagamento automático e sem as tradicionais cabines.

As boas novas apresentam um novo momento, com mais tecnologia, mais emprego e renda, tarifas com preços mais baixos, além de obras e melhorias nas rodovias, mas independente da mensagem que o governo do Estado queria construir e passar sobre a concessão e seus benefícios, os moradores da região, especialmente os mogianos, seguem com a cobrança do pedágio entalada na garganta.

Os benefícios podem sim existir, mas conseguirão se sobrepor ao fato de que muitos mogianos terão que pagar para se locomover dentro da própria cidade? Que os agricultores e empresários da região terão que desembolsar mais para escoar suas produções e prestar seus serviços? Que todos os setores econômicos serão afetados por essa cobrança no Alto Tietê como um todo?

O caminho parece não ter mais volta. A Prefeitura de Mogi das Cruzes acionou a Justiça em dois processos para tentar barrar a concessão, mas não teve sucesso até o momento. O leilão acontecerá na próxima semana, no dia 16, e o vencedor será definido, bem como outras pendências para que as rodovias sejam finalmente concedidas para a iniciativa privada. 

O pedágio, vencido pela mobilização em outro momento do governo do Estado, deixou de ser um fantasma e se torna cada vez mais uma realidade. A luta, ao que tudo indica, já tem um vencedor e quem perdeu foi o Alto Tietê.