Depois de um breve período, que certamente pareceu uma eternidade para quem depende do transporte sobre trilhos, a mudança estratégica realizada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Linha-11 Coral chega ao fim. A partir de quarta-feira, segundo a autarquia, vão terminar as baldeações em Suzano, que só atrasaram a vida dos mogianos que diariamente seguem até São Paulo, ou dependeram do trem para os mais diversos compromissos, incluindo a realização de exames e consultas médicas.

A empresa que está na mira do governador Tarcísio de Freitas para a privatização, como outras operações do governo do Estado, coloca na conta das passagens de nível, que sempre estiveram aí, a restrição de velocidade das composições. Será que é só isso que impacta o tempo do trajeto entre as estações na região? E a empresa que opera o serviço há anos fez essa descoberta agora? 

Não há como negar a melhoria no serviço ao longo dos anos, com trens em péssimas condições e a conquista de maior acessibilidade que sempre foi um problema em algumas das estações, mas que foi remediado por um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), não pela decisão espontânea da companhia. Houve avanços sim, mas estamos longe de um serviço que ofereça o devido conforto aos milhares de passageiros que saem da região com destino a capital. 

Mesmo fora dos horários de pico, dificilmente é possível vir sentado com destino a capital ou mesmo no sentido contrário, dependendo da estação de partida. Mas ainda assim é a opção mais barata e, relativamente mais rápida, no trajeto até a capital.

Há muito a ser feito para alcançarmos a qualidade no transporte público merecida por milhares de passageiros, e a concessão à iniciativa privada não parece ser a solução mágica, como podemos acompanhar nas falhas frequentes nas linhas administradas pela ViaMobilidade. 

É preciso investimento e um projeto para efetivamente melhorar a mobilidade sobre trilhos. Não adianta, por exemplo, trazer o trem até Cezar de Souza, apenas estendendo apenas os mesmos problemas vividos atualmente.