Voltamos a falar de vacinação. Antes um orgulho nacional, com metas rapidamente alcançadas, acima 80% do público alvo com a realização de campanhas e Dias D, nos últimos anos, a vacinação se tornou um grande desafio para a saúde pública, com a baixa adesão às mais variadas vacinas, até mesmo aquelas que têm campanhas promovidas há anos. Vale lembrar que o Plano Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro é um dos mais completos e foi a vacinação recorrente que ajudou o país a eliminar doenças, como o sarampo e a poliomielite. 


O cenário ao que tudo indica piorou com a pandemia de Covid-19, que fez com muitas doses de diversos imunizantes deixassem de ser aplicadas em razão do isolamento, e depois a justificativa dada por muitas pessoas, alegando a baixa confiabilidade devido a rapidez com que foram produzidas as vacinas por grandes empresas farmacêuticas, e que bom que assim foi nos permitindo sair do isolamento obrigatório. E podemos citar também as reações, a que estamos sujeitos com qualquer medicamento, e teriam espantado muita gente dos locais de aplicação. 


Agora, mais uma vez, mesmo com o grande número de casos de dengue, com duas cidades da região tendo decretado estado de emergência e alerta epidemiológico – Guararema e Suzano, além do próprio Governo do Estado, vivemos mais uma vez o desafio de atingir o público alvo da forma esperada, como destacamos na edição de hoje. As doses que começaram atendendo as crianças de 10 e 11 anos, já foram estendidas até os 14 anos, como era preconizado inicialmente pelo Ministério da Saúde, diante da baixa procura. 


Muito se fala que a baixa procura é porque as pessoas não veem mais casos de sarampo e poliomielite, citando algumas das vacinas mais tradicionais, mas o que dizer de quem viveu o período com milhares de mortes evitáveis nos tempos mais duros da pandemia, e agora está cercado de casos de dengue, que vão se aproximando a cada dia, atingindo pessoas próximas? A doença parece de baixo risco, mas não é. Todo cuidado é pouco quando se trata da saúde e a prevenção é sempre o melhor remédio.