Os autistas, bem como suas famílias, felizmente, têm ganhado mais atenção por parte do Poder Público nos últimos anos. Serviços especializados, apoio psicológico, novas terapias e acompanhamento na escola são algumas das melhorias que permitem maior inclusão dessas pessoas.
É claro que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para que crianças, jovens e adultos dentro do espectro autistas tenham o respeito e a qualidade de vida que merecem, mas esse percurso está sendo desbravado e pequenas ações, que de fora podem parecer simples, são capazes de garantir mais segurança e bem-estar para quem foi diagnosticado com a condição.
Na sessão da última terça-feira (27/02), a Câmara de Mogi aprovou a proposta do vereador Maurino José da Silva (Podemos) que estabelece o fim do prazo de validade para o laudo médico pericial que atesta o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A proposta, que precisa da sanção do Executivo para que se torne lei na cidade, evita a necessidade de renovação do documento, facilitando assim o acesso ao tratamento médico e outros serviços.
A justificativa apresentada pelo parlamentar relata uma situação verdadeira e que necessitava de atenção. Segundo ele, “uma vez autista, sempre autista”, ou seja, o laudo não mudará ao longo da vida, por isso, a partir da nova lei, é possível evitar as idas ao médico a fim de conseguir o documento e assim evitar também transtorno para os pais e para a próprio autista, que muita vez não se sente bem nesse ambiente médico.
A proposta do parlamentar tramitou quase um ano no Legislativo para que pudesse ser votada. Chama a atenção o tempo de espera para uma medida que deveria ser urgente. O que se espera da Câmara e da Prefeitura é que as políticas públicas voltadas aos autistas tenham a atenção que merecem, que elas sejam criadas, votadas, quando necessário, e implantadas de forma rápida e eficiente.
A população autista foi silenciada e ignorada por décadas. Chegou a hora de dar voz a essas pessoas e suas famílias, oferecendo o devido suporte que necessitam.
