Nosso País passa por uma epidemia de Dengue. O caráter sazonal da doença aumenta, e muito, o número de casos, e, como consequência, o risco de epidemias, principalmente, entre os meses de outubro e de maio. Os registros crescentes de novas contaminações, causadas pela picada do mosquito Aedes Aegypti, trazem o alerta de emergência na saúde pública. Estima-se que o Brasil poderá contabilizar mais de 4,1 milhões de casos somente em 2024.

A doença tem característica febril, sistêmica, dinâmica e autolimitada. É preciso ficar em alerta para as formas graves, que têm o poder, inclusive, de levar ao óbito. A saúde capilar também pode ser afetada.

A queda de cabelos, o Eflúvio Telógeno Agudo, na literatura médica, é passível de acontecer após a Dengue, assim como também em outras doenças infecciosas - como foi muito frequente entre pessoas que contraíram Covid-19.

Além da infecção pelo vírus, os medicamentos (principalmente nos quadros mais graves), as alterações nutricionais (a doença traz inapetência, vômitos e diarreia) e o estresse psíquico são alguns dos fatores que podem influenciar no ciclo capilar, culminando no Eflúvio.

A queda de cabelos ocorre, geralmente, de três a seis meses após a infecção, e a duração não ultrapassa o período de seis meses, se apenas o fator causal for a Dengue.

Muitas vezes, há outros fatores associados à queda de cabelos que podem estar ligados à doença ou não. Por isso, é importante frisar a necessária avaliação criteriosa da saúde após a recuperação do quadro infeccioso, geralmente por meio de exames complementares - fundamentais para diagnosticar outras patologias ou deficiências vitamínicas, por exemplo, em concomitância, o que pode prolongar ou exacerbar a queda de cabelos. O cuidado com a saúde, afinal, deve ser permanente!

Quanto à Dengue, façamos todos a nossa parte, com a participação consciente e diária nessa batalha.

 

Dra. Thálita Rodrigues Eufemia (dermathalita@hotmail.com) é médica e tricologista, com certificação pela International Association of Trichologists (Sidney - Austrália); doutoranda em Ciências Biomédicas; e diretora da JM Renaissance