Não é a primeira vez e, provavelmente, não será a última que presenciaremos a interdição da rodovia Mogi-Bertioga devido a deslizamentos, com queda de barreira e de grandes pedras que formam a serra. A suspensão do tráfego iniciada na quinta-feira (25), aparentemente deve prosseguir por mais alguns dias, diante da expectativa de novos temporais. 


A situação que se repete nos mostra que a rodovia não tem a segurança adequada aos usuários, especialmente nesse período de chuvas, que estão ainda mais intensas em razão das mudanças climáticas. As medidas paliativas como os muros de contenção e as obras que se prolongaram por meses no ano passado, são importantes, mas é necessário ir além e buscar ações mais efetivas, que mostrem que é seguro percorrer a serra com destino ao litoral. 

E pelo litoral também há problemas em outras rodovias, com mais pontos de deslizamentos, alagamentos e quedas de galhos, como a Serra Antiga da Tamoios, também afetada pelas fortes chuvas e interditada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão também responsável pela Mogi-Bertioga. 

As cidades do litoral, como São Sebastião, também voltaram a sofrer com pessoas desalojadas, tendo que sair de suas casas, vencidas mais uma vez pela força das chuvas. Fica a sensação que de um ano para o outro muito pouco foi feito pelas equipes do governo do Estado. 

Comemoramos que não temos vítimas fatais, diante do desastre que poderia ter sido causado pelo deslizamento de duas pedras de três metros na Mogi-Bertioga, claro que uma questão fundamental, mas somamos grandes prejuízos para quem depende da via para fazer a roda da economia girar. 

Quando será que teremos a segurança de seguir para o litoral, mesmo enfrentando as fortes chuvas, com a certeza que não corremos riscos trafegando pelas principais estradas de acesso? Sempre vale lembrar do edital da concessão do litoral em andamento, com previsão de poucos investimentos significativos para mudar esse cenário de perigo constante.