Enquanto muitas cidades do Brasil realizam estudos e outras já implantam a tarifa zero em suas linhas de ônibus municipais, como São Paulo, o governo estadual vai na contramão e anunciou nesta semana o reajuste no valor da tarifa dos trens e metrô, que vai subir para R$ 5 a partir de janeiro de 2024. O aumento será de R$ 0,60, já que a passagem custa atualmente R$ 4,40.


A alegação para o aumento é que o valor estava congelado há três anos, mas do que adianta congelar a tarifa e depois aplicar o reajuste acumulado? Se antes a alta se dava de maneira mais branda, por volta de R$ 0,20, agora ela veio com mais força e deve pesar no bolsa dos passageiros e dos empresários que pagam o vale transporte para seus funcionários.


Mais uma vez a população sofrerá com o reajuste de um serviço que, apesar de ter melhorado nos últimos anos, está longe de ser referência de qualidade. Na manhã da última sexta-feira (15), por exemplo, passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) enfrentaram dificuldades na Linha 7-Rubi.

Um descarrilamento de um veículo de manutenção às 3h50, na região da estação Vila Aurora, zona oeste da capital, fez com que os trens circulassem em via única. Os usuários encontraram plataformas lotadas e caos para embarcar. Uma mulher chegou a desmaiar. Os vagões, conforme mostraram vídeos nas redes sociais, estavam abarrotados.

Problemas como esse acontecem com mais frequência do que deveria e não se limitam apenas as linhas operadas pela CPTM, mas também as terceirizadas. É preciso melhorar o serviço prestado para então aplicar um reajuste.


A proposta de tarifa zero, mantida pela Prefeitura de São Paulo mesmo com o aumento estadual, é uma luz no fim do túnel, mas que ainda brilha muito fraca, quase apagada, diante desse cenário de reajuste que deve puxar aumento em outras cidades, inclusive na região.

Resta torcer para que os prefeitos, preocupados com o ano eleitoral que se aproxima, decidam poupar a população de mais esse gasto.