gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem encontrado certa resistência em relação a projetos polêmicos, como a privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). Greves e confrontos com direito a ação da Polícia Militar deram o tom no debate desses temas que, inclusive, foram anunciados na campanha do político.


Durante sua passagem pela região na última terça-feira (5), Tarcísio defendeu a desestatização dos dois serviços, alegando que a medida os tornará melhores e poderia, inclusive, evitar tarifas mais caras para os usuários. As categorias envolvidas nesse processo discordam, como já era de se imaginar, pois temem por sua estabilidade, pela queda na qualidade do trabalho realizado, pela pequena participação do Estado nessa “parceria” e pelos riscos que envolvem a entrega de serviços essenciais para uma empresa privada por um longo período.


Se nas ruas ele enfrenta resistência por parte de sindicatos e trabalhadores, na classe política “ele nada de braçada” ao conseguir implantar seus projetos sem dificuldade a partir do aval de sua base na Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), por exemplo.


Na região, ele também encontra o apoio que precisa para por em prática a concessão do Lote Litoral, que prevê a cobrança de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. Nem mesmo o descumprimento da promessa feita em campanha de não aplicar a tarifa nas estradas da região foi o suficiente para que os políticos mais influentes da região entrassem em uma “dividida” com o governador.


A forma com esse processo tem sido conduzido demonstra a falta de abertura para um diálogo real sobre os prejuízos que a terceirização das rodovias trará para o Alto Tietê. Até mesmo uma audiência de conciliação com a Prefeitura de Mogi para debater o assunto foi ignorada pelo governo do Estado. 
Por enquanto, Tarcísio, em relação as cidades da região, tem dado com uma mão e tirado com a outra e a postura isenta da classe política demonstra que, por enquanto, está tudo bem assim.