O pedágio prestes a ser instalado nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga vai afetar principalmente Mogi das Cruzes, mas a região como um todo também sofrerá com os prejuízos. As cidades do Alto Tietê utilizam as duas estradas e sofrerão impactos desse projeto de concessão apresentado pelo Estado, entre eles aumento no valor dos produtos, sejam eles alimentos ou qualquer outro tipo, maior dificuldade para atração de novas empresas, o custo que o motorista terá que pagar para usar as vias até São Paulo ou o litoral, entre outros tantos problemas que surgirão.


Se os prejuízos são claros, o mesmo não pode se dizer do interesse dos prefeitos e deputados. A baixa movimentação política em torno do assunto tem chamado a atenção desde quando o governador Tarcísio de Freitas (Republcanos) apresentou o projeto para o Lote Litoral após dizer, em campanha eleitoral, que não autorizaria a instalação de cobrança na Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.


Na audiência pública realizada na capital em agosto, somente o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), o deputado André do Prado (PL), participou presencialmente. Na mobilização promovida na última terça-feira pela Prefeitura de Mogi e pelo “Movimento Pedágio Não”, nem ele compareceu, mandando um ofício demonstrando seu apoio já que estaria em sessão no mesmo horário do evento, que reuniu apenas um prefeito da região, além do chefe do Executivo de Mogi, Caio Cunha (Podemos).


Somente Rodrigo Ashiushi (PL), de Suzano, e o vice-prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Balcke, marcaram presença no encontro que reuniu vereadores mogianos e entidades representativas de Mogi e da região. A pergunta que fica é se os prefeitos consideram essa uma batalha perdida, se consideram os prejuízos razoáveis a ponto de não abraçarem a causa contra a cobrança, se não desejam se indispor com o governador ou se são todas essas opções juntas.


O fato é que o prefeito de Mogi, que curiosamente preside o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), hoje se encontra praticamente sozinho na guerra contra o pedágio e com poucas chances de vencer.