O dia de ontem (28) foi marcado por uma nova paralisação de servidores públicos estaduais protestando contra a proposta de privatização do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que abrange, por exemplo, os serviços da Sabesp. Na região, apenas Mogi das Cruzes, não é diretamente atendido pela autarquia estadual, responsável pela oferta de água potável e a coleta e tratamento de esgoto para a maior parte do Estado. 

O governador já afirmou que não deve ceder a protestos e o que os processos de desestatização caminharão normalmente, dentro do previsto. A operação da Sabesp, por exemplo, está prevista para o próximo ano. Porém, quem garante que realmente os serviços serão melhorados? Não é o que temos visto, principalmente, no caso dos transportes, e ontem a paralisação abrangeu linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), com estações fechadas na região, e na capital, o Metrô. 

Como ocorreu na paralisação anterior são frequentes as falhas nas linhas de transporte metropolitano já concedidas à iniciativa privadas, em governos anteriores inclusive. Uma reflexão importante para o Executivo estadual sobre como vem sendo a oferta desses serviços à população, principal interessada no seu funcionamento, e a forma como a fiscalização tem cumprido seu papel para que melhorias ocorram. 

Por mais que o governador, aponte motivos escusos para a greve geral de ontem, desrespeitando até mesmo o resultado das urnas que o elegeram, o direito à manifestação pacífica é garantido por lei. O diálogo com os servidores poderia até ser positivo para o processo de concessões, que é dado como inevitável, para que a melhoria seja efetiva, beneficiando diretamente a população. 

E da mesma forma, o governador e sua equipe seguem irredutíveis no projeto que prevê a cobrança de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, que também devem ser concedidas. Em breve, devemos ter o edital publicado sem grandes contrapartidas, ou seja, faltam benefícios para Mogi das Cruzes e região. Desestatizar deveria ser sinônimo de melhorias, mas não é o que temos visto.