Acordamos ontem com mais um episódio de violência sem sentido, que vitimou quatro médicos ortopedistas no Rio de Janeiro, sendo que três deles morreram no local e um deles, nascido em Mogi das Cruzes, segue internado. Eles foram executados, alvejados sem chance de defesa por criminosos, que podem tê-los confundidos com outras pessoas, enquanto aproveitavam um momento de lazer. Uma linha de investigação que mostra o quanto estamos vulneráveis a violência, e não se trata apenas da capital carioca, onde os casos são ainda mais evidentes.
As forças policias do Rio e de São Paulo agora somam esforços para investigar o caso e capturar os criminosos. O caso ganha celeridade e notas de autoridades, pois os mortos eram profissionais reconhecidos em seu setor, formados pela Universidade de São Paulo (USP). Será que seria diferente se os mortos fossem outras pessoas, sem a mesma notoriedade? Todos buscamos justiça, e todos os culpados devem ser responsabilizados, mas esta é uma pergunta importante diante dos abismos sociais que vivemos.
É preciso mais que a necessária repressão e condenação de criminosos para resolver a questão da violência que nos assola, e nos faz inseguros a cada saída ou mesmo dentro de nossas casas, sempre preocupados com a nossa segurança e nossos amigos e familiares, e quem pode investe em câmeras de monitoramento, entre outros equipamentos.
Passamos por problemas estruturais em todo o país, com a falta de oportunidades para uma grande parcela da população, que luta pela sobrevivência diariamente, claro que nada que justifique a escalada da violência, mas certamente são fatores que contribuem para o aliciamento de jovens pelo crime, principalmente.
Temos muitos desafios para que a tragédia com os médicos e o drama vivido por suas famílias, e tantas outras vítimas da violência pelo Brasil afora, não seja mais um caso, precisamos superar a banalização da violência. É preciso chocar-se com a perda da vida do próximo por motivos cada vez mais torpes, como estar no lugar errado.
Precisamos de justiça e dignidade para toda a população.
