Cortar caminho sempre foi uma busca para alcançar objetivos, economizando tempo e dinheiro. Nem sempre essa busca pragmática deseja ouvir a consciência da ética e da moral que se  recomenda na legalização de tais práticas. O melhor caminho para Chapeuzinho Vermelho visitar a casa da vovó, e o mais seguro, é pelo campo; porém, o Lobo Mau, camuflado de "gente boa", disse para ela que indo pelo caminho da floresta andaria menos e chegaria mais depressa, e aceitando o mau conselho quase foi devorada por ele. 

No mundo pluralista em que vivemos cada um tem a sua verdade relativa que não é a verdade absoluta revelada por Deus, e segue o caminho que bem faz parecer aos seus próprios olhos. Nações têm sido amaldiçoadas por aprovar leis que permitem seus habitantes praticarem erros e  pecados que no passado eram condenados – entre elas está a legalização sem restrições do aborto. 

O nosso Código Penal, nos artigos 124 a 126, prevê duas hipóteses em que o aborto pode ser realizado por médico em ambiente hospitalar, quais sejam: a) quando a gravidez significa risco de vida para a gestante; b) quando a gravidez resulta de estupro, sem o devido consentimento da vítima.  O que nos causa espécie, ainda mais por ser médico, é a lei que descriminaliza o aborto até a 14ª semana de gestação, podendo ser realizado pelo simples fato da mulher grávida considerá-la "gravidez indesejada", sem que a gestação possa estar oferecendo risco de vida, basta seguir o protocolo do procedimento. 

No Brasil, o gráfico das estatísticas mostram que mais de 1 milhão de abortos criminosos causam a morte de 11mil brasileiras. Será que esse atalho da morte de milhões de embriões, que também tem direito a vida, justificaria o crime desses países que descriminalizaram o aborto a fim de não percorrer o caminho longo e sacrificado de buscar meios possíveis que possibilitem salvar a vida da mãe e do embrião?   As sombras do mal estão encobrindo a luz e a justiça de Deus da mente das pessoas quanto ao respeito à vida.      

Mauro Jordão é médico.