O Governo do Estado já anunciou para novembro o lançamento do edital para concessão do Lote Litoral, que inclui as rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. Sem titubear, a gestão do governador Tarcísio de Freitas dá andamento ao projeto e a cobrança de pedágio que, na eleição de 2022, foi descartada pelo próprio político.

Tão logo assumiu seu lugar no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio tratou de retomar o assunto. Sem chances de debate, apresentou o projeto de concessão das estradas e, até o momento, tem o enfiado goela abaixo no Alto Tietê.  Alguns diálogos foram feitos com a Prefeitura de Mogi e com o "Movimento Pedágio Não", mas a partir deles surgiram apenas pequenas mudanças pontuais no projeto original, ou seja, algumas migalhas para tentar disfarçar o estrago financeiros e social que o pedágio vai causar em Mogi e na região. 

Diante da vontade e da rapidez do Estado em fazer esse projeto andar, a gestão mogiana parece ter perdido o “time” para barrá-lo, como fez em outras ocasiões. Políticos e entidades da cidade se reuniram uma única vez em São Paulo, durante audiência pública organizada pela Artesp, para debater e demonstrar seu posicionamento contrário ao pedágio, mas os discussões não avançaram.

Por parte dos deputados, com exceção de algumas poucas reuniões, a mobilização contra a concessão foi praticamente zero, assim como dos demais prefeitos da região. Na Câmara de Mogi, os vereadores sequer foram convidados para a única reunião realizada entre o Estado e a Prefeitura. Ainda assim, o assunto tem rendido extensos debates nas sessões e algumas moções de alerta para o Executivo.

A Prefeitura, por sua vez, afirma estar organizando uma mobilização ainda maior, reunindo a população e lideranças políticas, para barrar o pedágio, além de estar aguardando o edital para entrar com medidas judiciais a fim de suspendê-lo.

A batalha será pesada e o tempo bastante curto. Resta saber se ainda teremos condições de reverter o pedágio ou, na pior das hipóteses, conseguir contrapartidas mais decentes por parte do Governo do Estado, que já deixou claro não estar para brincadeira.