Movimento mundial de prevenção ao suicídio, o "Setembro Amarelo" tem, neste ano, o lema "Se precisar, peça ajuda!", que destaco no título deste artigo.  

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e é um grave problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem por suicídio do que de HIV, malária ou câncer de mama, ou ainda em guerras e por homicídios. 

Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. As taxas variam entre países e entre homens e mulheres. No Brasil, o índice é maior entre homens – a cada 100 mil, 12,6% morrem por suicídio. Já entre as mulheres, 5,4%.  

Suicídio é também a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos - depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde, entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes, na faixa de 15 a 19 anos, e de 45%, entre menores de 10 a 14 anos. 

Desta forma, é importante que se esteja atento aos sinais de alerta: tristeza persistente, depressão, adolescentes que fazem postagens relacionadas ao suicídio nas redes sociais, alteração no sono, sentimento de inutilidade, desinteresse, isolamento da família e dos amigos, baixa autoestima, frases alusivas à morte, só para citar algumas possibilidades; há, também, quem nunca tenha demonstrado quaisquer desses sintomas e, mesmo assim, cometeu suicídio. 

Não menos importante: existem pessoas que não são capazes de pedir ajuda e, por outro lado, outras que não conseguem ouvi-las. Por isso, é fundamental cada vez mais falarmos sobre o assunto em casa, na escola, na comunidade, no trabalho, e com os amigos, para uma maior conscientização e quebra de tabu sobre esse tema tão doloroso. Falar sobre suicídio, afinal, é salvar vidas. 

 

Dra. Luciana Inocêncio (luciana.inocencio@yahoo.com.br) é psicóloga e psicanalista; especialista em Transtornos Graves das Psicoses; em Psicologia Hospitalar e em Especialidades Médicas; e em Psicologia Clínica e em Teoria Psicanalítica.