A extensão da Linha 11 - Coral da CPTM até a estação Palmeiras - Barra Funda, prevista para o próximo ano, é uma boa notícia para os passageiros que se deslocam diariamente até São Paulo, e não precisarão mais fazer a baldeação na estação Luz. A linha atende milhares de passageiros na região, especialmente de Mogi das Cruzes, que conta com quatro estações.

A novidade, anunciada pelo Governo do Estado, é bem-vinda, mas ainda há muito a se fazer para vencer os desafios diários de quem depende do transporte sobre trilhos e se acostumou à superlotação e aos problemas, que nem sempre são explicados, mas que param as composições e atrasam a viagem que já é longa e pouco confortável.

A privatização pode ser um caminho para que as estações recebam as reformas esperadas e o transporte alcance a eficiência desejada. Porém, não é o padrão que temos visto em linhas operadas por concessionárias. Em uma consulta no site da empresa responsável, a Linha 9-Esmeralda, por exemplo, no fim da tarde de ontem circulava com intervalos de 14 minutos entre duas estações, e sete entre outras duas, segundo a empresa por manutenção programada. Informação que também que justificava atrasos da Linha 8 - Diamante com intervalos de 8 ou 16 minutos, dependendo do trecho.

Assim como o passageiro fica no escuro quando trens passam por problemas, e nem sempre a informação é repassada, difícil pensar em manutenções programadas para o período em que se inicia o horário de pico, no momento em que milhares de pessoas estão começando a sair do trabalho e retornando para as suas casas.

Se a concessão é a solução para, pelo menos, atenuar os transtornos diários da população que depende do transporte, que ela seja eficiente, e devidamente fiscalizada para garantir os benefícios merecidos. Não se pode privatizar para que os passageiros permaneçam com os mesmo problemas, apresentados na circulação de trens e metrôs, administrados pelo Estado. Precisamos evoluir na mobilidade, buscando inclusive meios alternativos de transporte, assim como melhorar os já existentes.