A tecnologia tem avançado tão rápido que em pouco tempo os aparelhos de última geração tornam-se ultrapassados. A dificuldade dessa obsessiva busca de aperfeiçoamento da máquina tem levado o ser humano a perder o pensamento lógico a fim de acompanhar as mudanças, desorganizando o raciocínio que permite diferenciar fantasia de realidade; acreditando demais na avalanche daquilo que ouve na mídia, sem tempo para o cérebro formular a diferença entre o falso e o verdadeiro.

Como exemplo, a ficção científica 2001- Uma Odisseia no Espaço (1968), do autor Arthur C. Clarke, o computador chamado HAL 9000, rebelde, usando de inteligência e vontade própria toma conta da navegação da nave espacial em lugar do comando humano e sucessivamente elimina a tripulação. É verdade que as máquinas pensam? Essa grande polêmica atual nos conduz ao ano de 1955 quando o termo inteligência artificial (IA) foi cunhado por John McCarthy e seu advento empolgou tanto as empresas que em 2016 o investimento aproximado nela foi de US$ 39 bilhões, conforme revelou a consultoria McKinsey.

O renomado físico Stephen Hawking adverte que a IA deve dizimar postos de trabalho da classe média. Relatório do Fórum Econômico Mundial, de 2016, previu que até 2020, devido a IA, nada menos que cinco milhões de vagas de trabalho devem ser fechadas. Se diminuir a renda do consumidor, por economia da mão de obra, a mercadoria produzida pela máquina encalha na prateleira ou no pátio. Além deste futuro sombrio, ainda, há o medo que a máquina crie vida e se rebele contra o seu criador, o Homem. Estas histórias são antigas, lembra-se do Pinóquio, boneco de madeira que criou vida, e mais tarde se transformou num menino de verdade? E do Robocop? Filme de 1987, o tema é de um policial morto que reviveu como um ciborgue, um misto de máquina e homem. Não se atemorize! Um robô por não ter vida não tem autonomia para tomar decisões próprias e nunca se tornará uma máquina mortífera sem ser programado. Só Deus pode dar vida.

Mauro Jordão é médico.