As relações políticas envolvem interesses comuns, ideologias, projetos, visões, confiança, entre outros componentes. Em uma Câmara isso não é diferente. Vereadores, de diferentes partidos, atuam de maneira conjunta votando leis criadas por eles próprios e pelo Executivo e fiscalizando as ações da administração municipal. Cada um possui uma formação, uma experiência e uma relação pessoal com a política, mas todos precisam ter sempre como meta o desenvolvimento das cidades em que atuam e o bem-estar de suas populações.
Nesta semana, durante o uso da tribuna na sessão, os vereadores de Mogi deixaram mais evidente um clima de animosidade que já é percebido há algum tempo na Câmara. Alguns relatam alguma diferenciação nos trâmites internos dos projetos, pareceres mais duros por parte da Procuradoria e alguma demora para colocação das propostas na pauta de votação. A Mesa Diretiva, por sua vez, afirma estar atuando dentro do que é possível e legal.
É natural, saudável e extremamente necessário que uma Câmara seja composta por vereadores de grupos políticos diferentes. Todo governo precisa de oposição, afinal nenhuma gestão é unânime. Assim como também é importante que a oposição não faça críticas apenas por fazer. É preciso ter bom senso, responsabilidade e ponderamento.
Todos os vereadores têm o dever de legislar e fiscalizar o trabalho do Executivo. As leis devem ser propostas pensando no bem comum e no progresso da cidade. O posicionamento no momento de avaliar e votar um projeto do Executivo também deve ser neutro, isento de interesse e dentro da legalidade, sem "pular" qualquer etapa jurídica, até porque a Justiça poderá questionar futuramente eventuais leis que não tenham seguido os devidos trâmites.
O que a população espera de qualquer Legislativo é trabalho e eficiência e para isso é preciso ter união, pensamento coletivo e discussões pertinentes, com argumentos que realmente digam respeito à realidade da cidade, aos problemas municipais e as necessidades da população. O debate é necessário e precioso para um Legislativo responsável.