Na década de 60, ao passar sobre um viaduto em direção ao bairro de Santana, em São Paulo, onde daria assistência médica num ambulatório, ouvi pelo rádio do carro as palavras de um bispo católico em sua prédica matutina: "Deus é simples, o homem é complicado". Acordei, hoje, com duas insistentes palavras na mente, "nenhuma enfermidade", que se acham em Êxodo 15: 26, entremeadas na promessa que Deus fez ao povo de Israel no deserto de Sur, após sua libertação da escravidão no Egito: "Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor que te sara".
Essa promessa Deus foi cumprida durante os 40 anos da travessia no deserto: sem doença, sem fome, sem sede e sem desgaste da roupa e das sandálias que usavam. Por amor a nós, Deus sempre vai além do cumprimento das suas promessas, nos dando infinitamente mais das suas bênçãos, apesar das desobediências diárias. Em Isaias 53: 3-5: "Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões; e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados".
Afirmar, nos dias atuais, que sendo, também, povo escolhido não podemos ter nenhuma enfermidade é desejar ter corpo glorioso antes da 2ª. Volta de Cristo. O povo de Israel teve uma atuação especial do poder de Deus enquanto caminharam no deserto desprovido de recursos. Não podemos afirmar que todos serão curados dependendo da dimensão da fé de cada um. Nesse caso a fé na minha fé deve sobrepor aquela que eu ponho em Deus para convencê-Lo a me atender? Só a fé no Filho crucificado nos justifica. A glória não pode ser do homem, que é servo, mas de Deus que é Senhor - sola Deo gloria!
Mauro Jordão é médico.