O Dia dos Professores no Brasil, celebrado neste sábado, dia 15 de outubro, embora não tenha relação direta com o World Teacher's Day comemorado em várias partes do mundo, tem o mesmo objetivo: render homenagens aos arquitetos de uma sociedade - homens e mulheres que trabalham com as mentes e os sonhos de toda uma geração.

Mas, sob uma análise mais profunda e crítica da nossa sociedade, percebemos que a eterna construção de um mundo melhor por meio dos nossos jovens fica cada vez mais difícil aos profissionais da educação. Um levantamento do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, indica que cerca de dois milhões de crianças e jovens entre 11 e 19 anos estão fora das salas de aula. Os motivos variam desde a incapacidade de se acompanhar os conteúdos apresentados em sala de aula, a falta de ações presenciais no pós-pandemia, a necessidade de cuidar de suas famílias que perderam empregos com o novo coronavírus (Covid-19), ou mesmo a incapacidade logística de percorrer grandes distâncias.

Na verdade, é errôneo afirmar que um aluno fica "sem estudar", sendo que na prática ele absorve o conhecimento de seus pares, seus semelhantes e, nos piores casos, da rua e da inclemência que vive parte da população em situação de vulnerabilidade.

É belo e moralmente aprazível ter a bandeira da defesa da educação nas mãos. Principalmente em um período eleitoral tão crucial como o que vivemos hoje. O ensino no Alto Tietê vive contradições e paradoxos, entre a defesa do ensino integral e a falta de recursos para educar e preencher o tempo de dezenas de milhares de crianças e jovens, em todas as cidades da região.

Defender a educação é mais do que mera retórica - demanda participação de toda a comunidade, de pais e tutores a conselheiros municipais, vereadores, profissionais da educação e também de integrantes do Poder Executivo.

Paulo Freire, pedagogo brasileiro reconhecido nos quatro cantos do mundo, já afirmava: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda".