O Brasil celebra hoje o bicentenário de sua independência, e como pergunta com bom humor um programa de TV recente sobre a data: "tem pendências?". Sim, há pendências, principalmente, com as parcelas mais vulneráveis da população, que datam dessa época e evocam tempos até mais antigos. Minorias, na realidade não por representarem um menor número de indivíduos, mas pela forma como são consideradas.

Um exemplo são as mulheres, que hoje são a maioria da população, estão à frente de muitas famílias, e demoraram séculos para ter seus direitos reconhecidos. Não faz tanto tempo o combate à violência contra as mulheres passou a ter a força da Lei Maria da Penha. E mesmo assim não são raros os casos de feminicídio - um caso suspeito ocorreu recentemente em Suzano - e as tentativas, que nem são contabilizadas.

O país avança em alguns aspectos e por vezes, a sensação de retrocesso nos assola. Caminhamos para a independência sem podermos oferecer oportunidades a todos, com os números da violência, embora caindo como divulgamos nos dados de julho da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, ainda são preocupantes. Depois da Independência, a República chegou e a vulnerabilidade dos mesmos grupos se manteve.

Mais é preciso falar de avanços, de conquistas, e dos desafios que ainda vivemos nas mesmas proporções, temos melhorado na educação de nossas crianças, e precisamos ir além. A Saúde também carece de mais investimentos. Como costuma-se dizer há dinheiro na administração pública, o desafio está na gestão dos recursos.

Estamos em mais um período eleitoral e é o momento de refletir sobre o Brasil que queremos, sobre as demandas necessárias para um país mais justo, equânime, que seja realmente para todos.

Vamos às urnas em outubro e que seja um verdadeiro exercício de cidadania. Avalie os candidatos, conheça suas trajetórias, faça a escolha levando em conta propostas que possam efetivamente ser cumpridas. Faça seu voto valer a pena para tentarmos resolver ou pelo menos mitigar as pendências do nosso país.