A democracia moderna tem como principal objetivo ser um espelho da sociedade na tripartição dos poderes, definindo a composição de um elemento real de transformação das vidas das pessoas. No Brasil, num total de 215 milhões de pessoas, diferentes representações são adotadas pela maioria. Chegamos à reta final das eleições, e cabe adotar uma posição em relação ao nosso futuro.
Partindo da premissa que não há vergonha em qualquer segmento da sociedade lançar seu nome ao escrutínio público do voto, ricos como pobres, anônimos e celebridades, estão garantidos pelos mesmos direitos constitucionais de votar e serem votados, caso não tenham pendências com a Justiça.
No entanto, o enriquecimento ilícito sempre foi um dos grandes entraves para o pleno exercício da cidadania e da democracia. O poderio econômico sempre foi utilizado como ferramenta para o exercício do poder: antes pela exclusão no voto censitário, permitido apenas a uma faixa minoritária com posses, passando pelo clientelismo e currais eleitorais mantidos às custas de muito dinheiro.
A busca pela transparência de homens e mulheres que buscam a representatividade por meio do voto, com o auxílio da tecnologia, permite que possamos acompanhar em tempo real os fluxos de recursos financeiros de uma campanha eleitoral e, paralelamente, fazer uma reflexão entre o que é apresentado às autoridades e o que testemunhamos todos os dias nas ruas - bandeiras, santinhos, adesivos, carreatas e comícios, planejados ou improvisados.
A captação e uso dos recursos de uma campanha eleitoral não pode e não deve ser usada como uma via rápida de enriquecimento presente ou futuro, como já visto outras vezes - e, para isso, a população passou a contar nos últimos anos com recursos tecnológicos cada vez mais acessíveis para contribuir no controle. Tais recursos podem e devem ser cada vez mais alvo do interesse público.
A beleza da democracia brasileira é que ela é, por padrão, inclusiva e acessível para todos, com o mesmo ponto de partida: a ideia e o apelo. Para que continue sendo exemplo ao mundo, que o voto seja dato pela ideia e apelos, não pelo amor ao dinheiro.